Tudo isto é Fado

sexta-feira, novembro 30, 2007

Cirque du soleil

No dia 1 de Dezembro vou a Lisboa assistir a um espectáculo do Cirque du Soleil.
Para quem não conhece aqui fica uma amostra da qualidade da maior empresa de circo do mundo.

domingo, novembro 25, 2007

Os putos! Uma imagem - uma ideia! Vejam que vale a pena

sábado, novembro 24, 2007

Atenção aos cintos, pessoal!!

segunda-feira, novembro 19, 2007

Maude a mais bela e doce cadelinha do mundo

domingo, novembro 04, 2007

Carta Aberta de Domingos Freire Cardoso

Recebi hoje um email que, nem de propósito, aborda a indisciplina e que de forma muito clara expõe o que todos nós, professores sentimos.Pedi ao colega que me deixasse publicar aqui esse texto, que passo a transcreverPeço que comentem, que passem e repassem, pois é a única forma de lutarmos pela nossa dignidade profissional.Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa Carta aberta ao Senhor Presidente da República Portuguesa Ílhavo, 22 de Outubro de 2007 Senhor Presidente da República Portuguesa Excelência: Disse V. Excia, no discurso do passado dia 5 de Outubro, que os professores precisavam de ser dignificados e eu ouso acrescentar: “Talvez V. Excia não saiba bem quanto!” 1. Sou professor há mais de trinta e seis anos e no ano passado tive o primeiro contacto com a maior mentira e o maior engano (não lhe chamo fraude porque talvez lhe falte a “má-fé”) do ensino em Portugal que dá pelo nome de Cursos de Educação e Formação (CEF). A mentira começa logo no facto de dois anos nestes cursos darem equivalência ao 9º ano, isto é, aldrabando a Matemática, dois é igual a três! Um aluno pode faltar dez, vinte, trinta vezes a uma ou a várias disciplinas (mesmo estando na escola) mas, com aulas de remediação, de recuperação ou de compensação (chamem-lhe o que quiserem mas serão sempre sucedâneos de aulas e nunca aulas verdadeiras como as outras) fica sem faltas. Pode ter cinco, dez ou quinze faltas disciplinares, pode inclusive ter sido suspenso que no fim do ano fica sem faltas, fica puro e imaculado como se nascesse nesse momento. Qual é a mensagem que o aluno retira deste procedimento? Que pode fazer tudo o que lhe apetecer que no final da ano desce sobre ele uma luz divina que o purifica ao contrário do que na vida acontece. Como se vê claramente não pode haver melhor incentivo à irresponsabilidade do que este. 2. Actualmente sinto vergonha de ser professor porque muitos alunos podem este ano encontrar-me na rua e dizerem: ”Lá vai o palerma que se fartou de me dizer para me portar bem, que me dizia que podia reprovar por faltas e, afinal, não me aconteceu nada disso. Grande estúpido!” 3. É muito fácil falar de alunos problemáticos a partir dos gabinetes mas a distância que vai deles até às salas de aula é abissal. E é-o porque quando os responsáveis aparecem numa escola levam atrás de si (ou à sua frente, tanto faz) um magote de televisões e de jornais que se atropelam uns aos outros. Deviam era aparecer nas escolas sem avisar, sem jornalistas, trazer o seu carro particular e não terem lugar para estacionar como acontece na minha escola. Quando aparecem fazem-no com crianças escolhidas e pagas por uma empresa de casting para ficarem bonitos (as crianças e os governantes) na televisão. Os nossos alunos não são recrutados dessa maneira, não são louros, não têm caracóis no cabelo nem vestem roupa de marca. Os nossos alunos entram na sala de aula aos berros e aos encontrões, trazem vestidas camisolas interiores cavadas, cheiram a suor e a outras coisas e têm os dentes em mísero estado. Os nossos alunos estão em estado bruto, estão tal e qual a Natureza os fez, cresceram como silvas que nunca viram uma tesoura de poda. Apesar de terem 15/16 anos parece que nunca conviveram com gente civilizada. Não fazem distinção entre o recreio e o interior da sala de aula onde entram de boné na cabeça, headphones nos ouvidos continuando as conversas que traziam do recreio. Os nossos alunos entram na sala, sentam-se na cadeira, abrem as pernas, deixam-se escorregar pela cadeira abaixo e não trazem nem esferográfica nem uma folha de papel onde possam escrever seja o que for. Quando lhes digo para se sentarem direitos, para se desencostarem da parede, para não se virarem para trás olham-me de soslaio como que a dizer “Olha-me este!” e passados alguns segundos estão com as mesmas atitudes. 4. Eu não quero alunos perfeitos. Eu quero apenas alunos normais!!! Alunos que ao serem repreendidos não contradigam o que eu disse e que ao serem novamente chamados à razão não voltem a responder querendo ter a última palavra desafiando a minha autoridade, não me respeitando nem como pessoa mais velha nem como professor. Se nunca tive de aturar faltas de educação aos meus filhos por que é que hei-de aturar faltas de educação aos filhos dos outros? O Estado paga-me para ensinar os alunos, para os educar e ajudar a crescer; não me paga para os aturar! Quem vai conseguir dar aulas a alunos destes até aos 65 anos de idade? Actualmente só vai para professor quem não está no seu juízo perfeito mas se o estiver, em cinco anos (ou cinco meses bastarão?...) os alunos se encarregarão de lhe arruinar completamente a sanidade mental. Eu quero alunos que não falem todos ao mesmo tempo sobre coisas que não têm nada a ver com as aulas e quando peço a um que se cale ele não me responda: “Por que é que me mandou calar a mim? Não vê os outros também a falar?” Eu quero alunos que não façam comentários despropositados de modo a que os outros se riam e respondam ao que eles disseram ateando o rastilho da balbúrdia em que ninguém se entende. Eu quero alunos que não me obriguem a repetir em todas as aulas “Entram, sentam-se e calam-se!” Eu quero alunos que não usem artes de ventríloquo para assobiar, cantar, grunhir, mugir, roncar e emitir outros sons. É claro que se eu não quisesse dar mais aula bastaria perguntar quem tinha sido e não sairia mais dali pois ninguém assumiria a responsabilidade. Eu quero alunos que não desconheçam a existência de expressões como “obrigado”, “por favor” e “desculpe” e que as usem sempre que o seu emprego se justifique. Eu quero alunos que ao serem chamados a participar na aula não me olhem com enfado dizendo interiormente “Mas o que é que este quer agora?” e demorem uma eternidade a disponibilizar-se para a tarefa como se me estivessem a fazer um grande favor. Que fique bem claro que os alunos não me fazem favor nenhum em estarem na aula e a portarem-se bem. Eu quero alunos que não estejam constantemente a receber e a enviar mensagens por telemóvel e a recusarem-se a entregar-mo quando lho peço para terminar esse contacto com o exterior pois esse aluno “não está na sala”, está com a cabeça em outros mundos. Eu sou um trabalhador como outro qualquer e como tal exijo condições de trabalho! Ora, como é que eu posso construir uma frase coerente, como é que eu posso escolher as palavras certas para ser claro e convincente se vejo um aluno a balouçar-se na cadeira, outro virado para trás a rir-se, outro a mexer no telemóvel e outro com a cabeça pousada na mesa a querer dormir? Quando as aulas são apoiadas por fichas de trabalho gostaria que os alunos, ao sair da sala, não as amarrotassem e deitassem no cesto do lixo mesmo à minha frente ou não as deixassem “esquecidas” em cima da mesa. Nos últimos cinco minutos de uma aula disse aos alunos que se aproximassem da secretária pois iria fazer uma experiência ilustrando o que tinha sido explicado e eles puseram os bonés na cabeça, as mochilas às costas e encaminharam-se todos em grande conversa para a porta da sala à espera que tocasse. Disse-lhes: “Meus meninos, a aula ainda não acabou! Cheguem-se aqui para verem a experiência!” mas nenhum deles se moveu um milímetro!!! Como é possível, com alunos destes, criar a empatia necessária para uma aula bem sucedida? É por estas e por outras que eu NÃO ADMITO A NINGUÉM, RIGOROSAMENTE A NINGUÉM, que ouse pensar, insinuar ou dizer que se os meus alunos não aprendem a culpa é minha!!! 5. No ano passado tive uma turma do 10º ano dum curso profissional em que um aluno, para resolver um problema no quadro, tinha de multiplicar 0,5 por 2 e este virou-se para os colegas a perguntar quem tinha uma máquina de calcular!!! No mesmo dia e na mesma turma outro aluno também pediu uma máquina de calcular para dividir 25,6 por 1. Estes alunos podem não saber efectuar estas operações sem máquina e talvez tenham esse direito. O que não se pode é dizer que são alunos de uma turma do 10º ano!!! Com este tipo de qualificação dada aos alunos não me admira que, daqui a dois ou três anos, estejamos à frente de todos os países europeus e do resto do mundo. Talvez estejamos só que os alunos continuarão a ser brutos, burros, ignorantes e desqualificados mas com um diploma!!! 6. São estes os alunos que, ao regressarem à escola, tanto orgulho dão ao Governo. Só que ninguém diz que os Cursos de Educação e Formação são enormes ecopontos (não sejamos hipócritas nem tenhamos medo das palavras) onde desaguam os alunos das mais diversas proveniências e com histórias de vida escolar e familiar de arrepiar desde várias repetências e inúmeras faltas disciplinares até famílias irresponsáveis. Para os que têm traumas, doenças, carências, limitações e dificuldades várias há médicos, psicólogos, assistentes sociais e outros técnicos, em quantidade suficiente, para os ajudar e complementar o trabalho dos professores? Há alunos que têm o sublime descaramento de dizer que não andam na escola para estudar mas para “tirar o 9º ano”. Outros há que, simplesmente, não sabem o que andam a fazer na escola… E, por último, existem os que se passeiam na escola só para boicotar as aulas e para infernizar a vida aos professores. Quem é que consegue ensinar seja o que for a alunos destes? E por que é que eu tenho de os aturar numa sala de aula durante períodos de noventa e de quarenta e cinco minutos por semana durante um ano lectivo? A troco de quê? Da gratidão da sociedade e do reconhecimento e do apreço do Ministério não é, de certeza absoluta! 7. Eu desafio seja quem for do Ministério da Educação (ou de outra área da sociedade) a enfrentar ( o verbo é mesmo esse, “enfrentar”, já que de uma luta se trata…), durante uma semana apenas, uma turma destas sozinho, sem jornalistas nem guarda-costas, e cumprir um horário de professor tentando ensinar um assunto qualquer de uma unidade didáctica do programa escolar. Eu quero saber se ao fim dessa semana esse ilustre voluntário ainda estará com vontade de continuar. E não me digam que isto é demagogia porque demagogia é falar das coisas sem as conhecer e a realidade escolar está numa sala de aula com alunos de carne, osso e odores e não num gabinete onde esses alunos são números num mapa de estatística e eu sei perfeitamente que o que o Governo quer são números para esse mapa, quer os alunos saibam estar sentados numa cadeira ou não (saber ler e explicar o que leram seria pedir demasiado pois esse conhecimento justificaria equivalência, não ao 9º ano, mas a um bacharelato…). É preciso que o Ministério diga aos alunos que a aprendizagem exige esforço, que aprender custa, que aprender “dói”! É preciso dizer aos alunos que não basta andar na escola de telemóvel na mão para memorizar conhecimentos, aprender técnicas e adoptar posturas e comportamentos socialmente correctos. Se V.Excia achar que eu sou pessimista e que estou a perder a sensibilidade por estar em contacto diário com este tipo de jovens pergunte a opinião de outros professores, indague junto das escolas, mande alguém saber. Mas tenha cuidado porque estes cursos são uma mentira… Permita-me discordar de V. Excia mas dizer que os professores têm de ser dignificados é pouco, muito pouco mesmo… Atenciosamente Domingos Freire Cardoso Professor de Ciências Físico-Químicas Rua José António Vidal, nº 25 C 3830 - 203 ÍLHAVO Tel. 234 185 375 / 93 847 11 04 E-mail: dfcardos@gmail.com

sábado, novembro 03, 2007

A indisciplina, sem solução à vista

Sou profesora, sim! E essa profissão, que abracei quando ainda era muito jovem, sempre me agradou, sempre a exerci com muito empenho, entusiasmo e alegria. Que poderá ser mais fascinante que preparar crianças e jovens para um futuro que se deseja seja pleno de sucesso e realização?
Pois é! Já vivi várias reformas, mas tudo me passou ao lado porque gostava demasiado do que fazia para me perder com detalhes.
Mas os tempos mudaram, os anos foram passando e reconheço que a motivação se tornou mais ténue e devo confessar que a paciência tem limites.
Há situações no ensino que ultrapassam tudo o que é normal e razoável.
Eu sei que a escola é o espelho da sociedade e que as crianças, muitas vezes, acabam por aí bramir as suas raivas e a falta de carinho e respeito com que são tratados no seio das suas famílias.
Pois bem, ontem saí da escola muito incomodada, irritada e dizendo para os meus botões que se pudesse me vinha embora e não voltava mais. Tudo isto já deve ter passado pela cabeça de milhares de professores e talvez apenas pelas medidas que a nossa primorosa Tia Lulu tem vindo a tomar. Mas não, nada disso!
Ontem a coisa correu realmente mal. Numa aula tinha perante mim um aluno muito conhecido pelo seu mau comportamento e agressividade. Tenho feito tudo para me relacionar bem com ele, uso de tolerância, compreensão, nunca o confronto porque sei que reaje emocionalmente e desse modo fica incontrolável. Faço um jogo tremendo para captar a sua atenção e motivá-lo para a minha disiciplina. Ora ontem ele esteve sentado na secretária e fez tudo o que lhe apeteceu menos dar ouvidos ao que lhe pedia. Tudo servia para brincar: uma fita adesiva que estava na janela, cortar papelinhos para atirar pela janela, afiar uma esferográfica, cantar mudando a letra para dizendo ordinarices e desenhar. Farta daquele comportamento e, porque não só estava distraído como distraia os outros, optei por mudá-lo de lugar. Mal tinha acabado de se sentar dirigiu palavras bem ordinárias a uma colega, que ecoaram no silêncio da sala. Não tive como ignorar, era urgente tomar uma atitude e fi-lo. Mandei-o para a sala de estudo. Não queria ir e só com a ajuda de uma funcionária oconsegui arrastar até lá. Confesso que nesse percurso tive medo que ele me batesse pois era visivelmente esse o seu desejo.
Depois disto, e ainda não satisfeito, foi à sala de aulas para ir buscar uma esferográfica e bateu com a porta com tão grande violência que esburacou a parede.
E pronto eu só pergunto: o que fazer? Como resolver a situação? Onde está a autoridade? Para que servem as escolas: para ensinar e ajudar a crescer ou para domar feras indomáveis? Qual o papel do professor nestas situações? Quem nos ajuda a resolver de forma satisfatória essas situações? Sou professora, não sou psicóloga, não sou polícia, não tenho obrigação de aturar isto, que acaba por ser um atentado à minha dignidade, quer como pessoa quer como docente.
Quem tiver soluções por favor deixe recado, diga-me alguma coisa, porque eu...bem... eu... sinto-me bloqueada.