Tudo isto é Fado

domingo, novembro 06, 2005

Um voto por um rebuçado

Estes não têm sido dias lindos, cheios de sol e de esperança. Têm sido dias tristes atados ao passado, um passado que criou vazio, mas deixou dor e também muitos ensinamentos.
De repente, como por magia, quero sair dessa bruma cinzenta que me invade e com a qual não sou capaz de viver, por isso fujo para o calor do sol, o romantismo da lua, a anestesia dos doces, a beleza da natureza. E como eu tenho sorte em viver num local tão bonito! Como é belo o mar, o espelho de água calma da ria ou simplesmente os pássaros no seu vai e vem constante? Tenho de agradecer por tudo isto, sorrir pelo simples sorriso que alguém, quem nem me conhece é capaz de me oferecer.
Hoje o sol brilha e tenho vontade de sair, saltar, redopiar, viver, sentir calor e alegria. É como se a hibernação tivesse terminado e a partir de agora só coisas boas me pudessem acontecer.
Numa aula os alunos em polvorosa diziam-me que tinam um sudelegado novo. Um deles, o mais excitado de todos dizia: - Professora, sou eu! Eles votaram em mim. Eu prometi um rebuçado a quem votasse emm mim e assim ganhei a eleição.
Fiquei estupefacta! Não podia estar a ouvir de pirralhos o que estava a ouvir. Fiz então um sermão:- Meninos, isso é muito feio! Vocês devem eleger quem tem mais capacidade para vos representar. Que ideia foi essa de receberem um rebuçado se votassem no Diogo? Será que os vossos votos estavam à venda? É muito mal feito, não posso deixar de lamentar que tenham feito assim uma eleição, que é tão importante para a turma.
Bom face às minhas palavras o Diogo com ar de quem foi apanhado em flagrante delito só disse:- Mas eu já paguei! Eu dei o rebuçado, como prometi!
Quem quiser que tire conclusões. Eu ri-me, para não chorar, pois não há dúvida que o Valentim Loureiro tem uma influência danada neste país, a avaliar pela imitação destes pequenotes.

2 Comments:

  • At 10:48 da tarde, Blogger Jorge Moreira said…

    Atão menina, deixaste de postar?

     
  • At 2:08 da manhã, Blogger Terra e Sal said…

    Olá minha querida Amiga:
    Gostei da metáfora que julgo ter criado para a triste realidade que hoje em dia vivemos.
    Acredite que o "vencedor" que a entristeceu, foi o orgulho da família.
    Lá em casa não se lembraram, logo não falaram sequer no subornito, isso nem era importante.
    Apenas foi realçado com muito orgulho a "inteligência" do "caxopo" e acima de tudo, a esperança que ali estava e a capacidade de liderança...
    Sentiram, apenas e só,que tão novinho estava já preparadinho para se "infiltrar"na sociedade que temos.
    Acreditam eles, e acredito eu,que vai ser um cidadão admirado e respeitado, com todas as mordomias a que o seu talento lhe vai dar direito.
    Se fôr mesmo muito "sacaninha"e tiver juizo, vai ter direito entre outras coisas, a carro de luxo,condutor e guarda-costas, além de muitas audiências na TV e nos Hermans de então.
    Se conseguir manter pela vida fora essa postura,acredite, um dia terá mesmo direito ao nome escarrapachado numa rua ou avenida qualquer, da nossa, ou outra cidade qualquer.
    Gostei da história e dos ingredientes.
    Beijos do,
    Terra & Sal

     

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